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Exposição Individual Territórios Movediços

Curadoria de Juliana Crispe

 

Espaço Paulo Gaiad

Fundação Cultural BADESC

Florianópolis/SC

2025

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A exposição Territórios Movediços de Julie Silva aborda relações entre o corpo e os territórios, em estados flutuantes de fronteiras. Territórios são arquivos de passagens, paisagens em movência, em transformações, constituindo uma arqueologia através da experiência, do corpo da artista, nas relações entre o micro e o macro que compõem este corpo e dançam nas paisagens desses territórios. 
Julie mistura-se à terra, é território, inventa paisagens, percebe-se natureza. Entre a pequenez, a quase-desaparição, o mimetismo, num vaguear sobre si que experiencia a liberdade de vir a ser.  
Um corpo-ecologia menor, propondo uma arte que provoca rachaduras, desfazendo contornos; um desejo de ver o menor como potência de vida criadora, de ver-se enquanto transposição, ver-se enquanto andarilha que faz passar de um mundo a outro, embaralha as linhas, bifurca-se em si mesma nesse corpo-paisagens de novos territórios. 
Neste corpo, a artista referencia a sua subjetividade pela miscigenação, nas territorialidades latinas, dos campos, terras, rios, mares, águas. Inscreve-se nas paisagens e transita por elas, germinando encontros com o acaso, com o imprevisto, uma paisagem-corpo que desliza. Julie questiona a relação entre o ser humano, o espaço, as territorialidades como uma analogia à própria relação humana com a terra, um corpo deslocando partes do mundo entorno de si, um corpo criado nas impermanências, que possui o lugar onde está e deixa-se ser atravessado pelo espaço. ​

​Para a pesquisadora Ana Godoy, uma ecologia maior é cunhada por um sistema que mercantiliza e governamentaliza historicamente os territórios, totalizando e formatando organismos e coletividades. Podemos associar as ecologias maiores aos sistemas produzidos pela colonialidade. Já a ecologia menor pensa maneiras de habitar os territórios não como terras firmes e racionalizadas. Experimenta novas perspectivas, onde há interações cuidadosas e respeitosas às terras a serem descobertas e reinventadas. 
Nessa ecologia menor, a produção artística de Julie Silva está intimamente ligada à invenção de mundos, de modos de ser e estar em existências singulares. Nesse corpo, a artista referencia sua subjetividade pela miscigenação, nas territorialidades latinas dos campos, terras, rios, mares, águas. Julie inscreve-se nas paisagens e transita por elas, germinando encontros com o acaso, com o imprevisto, uma paisagem-corpo que desliza. 

Texto de Juliana Crispe

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Selecionada na Chamada Pública para 1ª exposição individual, a mostra inédita Territórios Movediços, de Julie Silva, ocupa o Espaço Paulo Gaiad. Com fotografias, instalações, vídeo e xerografias, a exposição, que conta com curadoria de Juliana Crispe, fala sobre a relação entre o corpo e o território, e como pensar essa fronteira entre um e outro. A artista ressalta que, assim como alguns cientistas defendem a teoria do Antropoceno como uma nova era geológica com as mudanças na Terra causadas pela humanidade, as obras apresentadas refletem sobre isso, mas vão além, pois percebe que o ser humano também é afetado pelo espaço que habita. Com entrada gratuita, a exposição ocorre entre 10 de abril à 29 de maio.

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